domingo, 29 de julho de 2007

Retiro de Jovens/Acólitos - 2007






Fazer retiro é criar distância, interromper a rotina diária para fazer o ponto da situação; um olhar para dentro e para trás que me permite seguir em frente, saber onde estou e para onde vou, mudar o que tiver que ser mudado, abrir-me a um futuro melhor. "Deus não dorme" e está sempre comigo, sempre ali delicada e discretamente a querer entrar em contacto, sempre em linha aberta - só me é pedido que Lhe dê tempo e espaço, que esteja atento(a) à "mensagem" que me quer transmitir, que tenha ouvidos para ouvir o que quer que seja que Ele tem para me dizer. Rezar é simplesmente colocar-me perante Deus com a verdade de quem sou e das minhas circunstâncias e deixar que Deus entre na minha realidade, tantas vezes tão confusa e contraditória. Mas para ouvir aquilo que o meu coração realmente deseja é preciso fazer silêncio, ganhar distância, deixar que as coisas venham à superfície, ouvir a voz interior. É como um lago turvado por águas agitadas e conturbadas: é preciso silêncio, retiro, tempo roubado ao frenesim do quotidiano para poder ver o fundo: só na calmaria se podem perscrutar as profundezas do lago.


Começo por planear o retiro, aliando a minha liberdade e a minha maneira de fazer as coisas a certas condições essenciais para o meu encontro com Deus - ou melhor, para a minha abertura a um Deus que está sempre presente em mim e no mundo. O mais importante é o meu desejo de me encontrar com Ele, a atenção que quero dar à maneira que Deus tem de se ir metendo comigo e de ir mexendo comigo, o tempo e a energia que estou disposto(a) a "gastar". O simples facto de abrandar ritmo e de me "retirar do mundo" é já de si difícil, pode até parecer um exercício complicado, maçador e estéril: e no entanto, a recompensa é enorme! O objectivo é viver a vida mais a fundo, a plena abertura à vida, a descoberta de que atingimos a felicidade sempre que entramos em sintonia com a vontade de Deus.